Aos 5, 6 e 7 de Setembro do ano de 2014, teve lugar no " PARQUE DISCOVERY ", em MAFRA, o quinto encontro dos SCUB-COTAS, tendo estado presentes os seguintes associados:
- Fernando Vasco, Ana Vasco, Jorge Rodrigues, Naiete Rodrigues, Osvaldo Castanheira, Eunice Castanheira, José Lacerda, Maria Adelaide Lacerda e Ana Maria Figueiredo Pim.
SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO
Começo esta acta assinalando um facto histórico - pela primeira vez na vida desta instituição, os últimos a chegar a um encontro foram a Ana e o Fernando. Dizem os críticos - uns despeitados - que a justificação esteve no facto de, desta vez, terem sido eles a percorrer a maior distancia. Dizem, os que estão na posse de todos os factos, que a verdadeira razão deste atraso foi " inveja acumulada". Ter a sublime sensação de estar toda a gente à espera de nós é qualquer coisa que, mais tarde ou mais cedo, se deseja ardentemente experimentar. E os nossos amigos não resistiram à vil tentação. Mas, francamente, foi lamentável o desempenho! - Chegar atrasado 20 minutos? Uma hora ou duas - vá lá - era aceitável; mas 20 minutos? ... não lembra a ninguém! Isto não foi um atraso, foi um atrasinho! Amigos, para a próxima, aconselhem-se com os especialistas.
Às 20:15h estávamos sentados a uma mesa do restaurante "A toca da raposa" em Mafra. Comemos pataniscas de bacalhau e polvo, peixinhos da horta e arroz de polvo. A Pim, como é da oposição, comeu salmão. Bebemos "Ouro do monte" tinto. Num ambiente acolhedor, a comida agradou a todos e a conta foi uma boa surpresa.
A propósito, devo referir que esta palavra - surpresa - esteve na génese desta reunião.
Antecipadamente foramos prevenidos, pelos nossos confrades do Norte, que o lugar onde se realizaria o magno encontro era SURPRESA. Só por si, este facto encerrava um mistério que nos deixava expectantes. Contudo, para adensar o mistério, o Fernando - aquele maroto - lembrou-se de andar, durante uma hora, a fingir que não sabia onde era o local; circulámos 47 rotundas, fizémos 11 inversões de marcha, provocámos 2 engarrafamentos e, quando em todo o concelho de Mafra as populações reunidas já pensavam em chamar as autoridades, o Fernando, apercebendo-se das graves perturbações que estavamos a provocar, da eminente exposição aos meios de comunicação social, das explicações que teria de dar à polícia, aos bombeiros, ao ministro da administração interna e no Jornal da meia-noite, num rasgo de clarividência, decidiu parar num posto de abastecimento para perguntar onde era o Sítio (isto foi só para nos enganar - o brincalhão! - porque eu soube mais tarde por fontes oficiais que ele só perguntou quando é que os combustíveis iam descer de preço).
Depois destas malandrices todas que este nosso bem humorado companheiro preparou, chegámos finalmente ao nosso destino. Todos? Não! Porque 3 frangos rebeldes, que nos deveriam ter acompanhado, fugiram para um frigorífico de Rio de Mouro - previram certamente todos estes constrangimentos e tiveram receio de enjoar - e tivémos de os ir buscar, persuadindo-os de que seria muito difícil escaparem ao seu destino.
No meio da imensa floresta, num misterioso habitat de espécies de actividade nocturna, rodeados por sons e movimentos estranhos ... eis!... "A Casa da Branca de Neve e os 7 anões" na nova versão, "5 anões, 2 Brancas de Neve e 2 Príncipes Encantados". Não sei quem foi o responsável pelo casting, mas este será concerteza um tema em cima da mesa na próxima Assembleia Geral - é necessário apurar responsabilidades!
Esta prodigiosa habitação está integrada num espaço denominado "Parque Discovery".
SÁBADO, 6 DE SETEMBRO
Fizémos de seguida um passeio por Mafra ( Jardim do Cerco, Convento, Café, chá, bolinhos...) num ambiente descontraído, tranquilo, até porque tinhamos a convicção de que aqueles frangos desnaturados, que deixáramos aprisionados no complexo florestal, não mais fugiriam ao seu desígnio.
De volta, tratámos de encaminhá-los para o tacho e, depois de uma mão-cheia de malfeitorias, saboreámo-los com batatinhas cozidas a murro e sem murro - porque ainda há no nosso grupo pessoas sensíveis e civilizadas.
À tarde, visitámos a Ericeira. O passeio terminou no mercado, onde comprámos os carapaus que seriam grelhados para o jantar.
Após o jantar, ouvimos uma palestra do Charles - responsável, juntamente com a sua esposa Ester, pelo Parque Discovery - sobre o tema que inspirou a sua actividade e tem sido o mote para o desenvolvimento de todas as Instalações que dele fazem parte e que tivémos oportunidade de conhecer no Domingo, em visitas conduzidas por ele, com as explicações e descrições apropriadas.
DOMINGO, 7 DE SETEMBRO
A Pim ausentou-se de manhã para ir pregar à Terceira Igreja Baptista. Ficámos muitíssimo preocupados. Não porque algum de nós duvidasse das suas capacidades oratórias ou porventura receássemos que aquele compromisso a impedisse de chegar a horas do almoço. A nossa grande preocupação era com o Fernando e a Guixa que a tinham ido levar ao autocarro; com todas aquelas confusões na sexta-feira, dariam eles com o caminho de volta? Felizmente tudo correu bem e nem foi preciso largar pela estrada as sementes de abóbora que a Naiete lhes tinha arranjado.
Neste dia, juntaram-se a nós o Manuel António e a Maria José, que nos acompanharam no programa de visitas ao Parque e almoçaram connosco, Desta vez, não tivémos problema com os animais, porque a nossa confrade Naiete os trouxe reduzidos a bolinhas - assim fogem menos - (almondegas deliciosas) que foram acompanhadas de puré de batata - feito ao murro e esparguete - sem murro.
Houve neste fim de semana um acontecimento invulgar e, por isso, observado com alguma inquietação - o desaparecimento frequente do nosso companheiro Osvaldo. Depois de incessantes investigações e perseguições, verificámos que o interesse de tais escapadelas estaria nos limites da propriedade, nas imediações do Rio. Em cenário de anões, princesas e principes encantados, começou a especular-se que o Osvaldo teria descoberto uma moira encantada. Em vez disso, constatámos que tinha ficado preso aos encantos de uma burra, simpática e fotogénica, que constitui um dos mais valiosos "recursos humanos" do Parque - foi contratada para tratar da limpeza da mata. Um contrato que bem poderá servir de inspiração para futura legislação laboral.
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Ao final da tarde, a Ana sofreu um acidente que a privou de sair do Parque pelos seus próprios meios. Foi chamada uma ambulância do INEM que lhe prestou os primeiros cuidados no local e depois a transportou para o hospital de Santa Maria, de onde teve alta nessa mesma noite.
Este nosso encontro terminou de uma forma extremamente dolorosa para ela e com profunda preocupação por parte do seu companheiro e de todos nós. No momento em que escrevo estas linhas, sei que ainda tem muitas dores e que tem pela frente uma lenta recuperação. Todos nós oramos para que se restabeleça completamente.
Com especial carinho por esta nossa querida companheira, termino esta acta, solicitando, à semelhança de todas as outras, que seja subscrita por todos os que testemunharam estes factos extraordinários, descritos com todo o rigor jornalístico por este vosso confrade.
Nota: Aguardo com grande expectativa que se juntem aos autos as fotografias que comprovam os factos descritos!
Beijinhos e abraços,
ZÉ