sexta-feira, 14 de novembro de 2014

ACTA N.º 5 Scub-cota


Aos 5, 6 e 7 de Setembro do ano de 2014, teve lugar no " PARQUE DISCOVERY ", em MAFRA, o quinto encontro dos SCUB-COTAS, tendo estado presentes os seguintes associados:
- Fernando Vasco, Ana Vasco, Jorge Rodrigues, Naiete Rodrigues, Osvaldo Castanheira, Eunice Castanheira, José Lacerda, Maria Adelaide Lacerda e Ana Maria Figueiredo Pim.

SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO

Começo esta acta assinalando um facto histórico - pela primeira vez na vida desta instituição, os últimos a chegar a um encontro foram a Ana e o Fernando. Dizem os críticos - uns despeitados - que a justificação esteve no facto de, desta vez, terem sido eles a percorrer a maior distancia. Dizem, os que estão na posse de todos os factos, que a verdadeira razão deste atraso foi " inveja acumulada". Ter a sublime sensação de estar toda a gente à espera de nós é qualquer coisa que, mais tarde ou mais cedo, se deseja ardentemente experimentar. E os nossos amigos não resistiram à vil tentação. Mas, francamente, foi lamentável o desempenho! - Chegar atrasado 20 minutos? Uma hora ou duas -  vá lá -  era aceitável; mas 20 minutos? ... não lembra a ninguém! Isto não foi um atraso, foi um atrasinho! Amigos, para a próxima, aconselhem-se com os especialistas. 

Às 20:15h estávamos sentados a uma mesa do restaurante "A toca da raposa" em Mafra. Comemos pataniscas de bacalhau e polvo, peixinhos da horta e arroz de polvo. A Pim, como é da oposição, comeu salmão. Bebemos "Ouro do monte" tinto. Num ambiente acolhedor, a comida agradou a todos e a conta foi uma boa surpresa.

A propósito, devo referir que esta palavra - surpresa - esteve na génese desta reunião. 

Antecipadamente foramos prevenidos, pelos nossos confrades do Norte, que o lugar onde se realizaria o magno encontro era SURPRESA. Só por si, este facto encerrava um mistério que nos deixava expectantes. Contudo, para adensar o mistério, o Fernando - aquele maroto - lembrou-se de andar, durante uma hora, a fingir que não sabia onde era o local; circulámos 47 rotundas, fizémos 11 inversões de marcha, provocámos 2 engarrafamentos e, quando em todo o concelho de Mafra as populações reunidas já pensavam em chamar as autoridades, o Fernando, apercebendo-se das graves perturbações que estavamos a provocar, da eminente exposição aos meios de comunicação social, das explicações que teria de dar à polícia, aos bombeiros, ao ministro da administração interna e no Jornal da meia-noite, num rasgo de clarividência, decidiu parar num posto de abastecimento para perguntar onde era o Sítio (isto foi só para nos enganar - o brincalhão! - porque eu soube mais tarde por fontes oficiais que ele só perguntou quando é que os combustíveis iam descer de preço).

Depois destas malandrices todas que este nosso bem humorado companheiro preparou, chegámos finalmente ao nosso destino. Todos? Não! Porque 3 frangos rebeldes, que nos deveriam ter acompanhado, fugiram para um frigorífico de Rio de Mouro - previram certamente todos estes constrangimentos e tiveram receio de enjoar - e tivémos de os ir buscar, persuadindo-os de que seria muito difícil escaparem ao seu destino. 




No meio da imensa floresta, num misterioso habitat de espécies de actividade nocturna, rodeados por sons e movimentos estranhos ... eis!... "A Casa da Branca de Neve e os 7 anões" na nova versão, "5 anões, 2 Brancas de Neve e 2 Príncipes Encantados". Não sei quem foi o responsável pelo casting, mas este será concerteza um tema em cima da mesa na próxima Assembleia Geral - é necessário apurar responsabilidades!

Esta prodigiosa habitação está integrada num espaço denominado "Parque Discovery".




SÁBADO, 6 DE SETEMBRO

De manhã, os Super-anões, depois de gatinharem até ao piso dos heróis e recuperarem a pouco e pouco a postura de homosapiens, desfrutaram com eles, num ambiente onde não havia divisão de classes, do pequeno almoço, preparado com aquele esmero habitual pelos responsáveis da produção.

Fizémos de seguida um passeio por Mafra ( Jardim do Cerco, Convento, Café, chá, bolinhos...) num ambiente descontraído, tranquilo, até porque tinhamos a convicção de que aqueles frangos desnaturados, que deixáramos aprisionados no complexo florestal, não mais fugiriam ao seu desígnio.

De volta, tratámos de encaminhá-los para o tacho e, depois de uma mão-cheia de malfeitorias, saboreámo-los com batatinhas cozidas a murro e sem murro - porque ainda há no nosso grupo pessoas sensíveis e civilizadas.

À tarde, visitámos a Ericeira. O passeio terminou no mercado, onde comprámos os carapaus que seriam grelhados para o jantar.

Após o jantar, ouvimos uma palestra do Charles - responsável, juntamente com a sua esposa Ester, pelo Parque Discovery - sobre o tema que inspirou a sua actividade e tem sido o mote para o desenvolvimento de todas as Instalações que dele fazem parte e que tivémos oportunidade de conhecer no Domingo, em visitas conduzidas por ele, com as explicações e descrições apropriadas.


DOMINGO, 7 DE SETEMBRO

A Pim ausentou-se de manhã para ir pregar à Terceira Igreja Baptista. Ficámos muitíssimo preocupados. Não porque algum de nós duvidasse das suas capacidades oratórias ou porventura receássemos que aquele compromisso a impedisse de chegar a horas do almoço. A nossa grande preocupação era com o Fernando e a Guixa que a tinham ido levar ao autocarro; com todas aquelas confusões na sexta-feira, dariam eles com o caminho de volta? Felizmente tudo correu bem e nem foi preciso largar pela estrada as sementes de abóbora que a Naiete lhes tinha arranjado.

Neste dia, juntaram-se a nós o Manuel António e a Maria José, que nos acompanharam no programa de visitas ao Parque e almoçaram connosco, Desta vez, não tivémos problema com os animais, porque a nossa confrade Naiete os trouxe reduzidos a bolinhas - assim fogem menos - (almondegas deliciosas) que foram acompanhadas de puré de batata - feito ao murro e esparguete - sem murro.

Houve neste fim de semana um acontecimento invulgar e, por isso, observado com alguma inquietação - o desaparecimento frequente do nosso companheiro Osvaldo. Depois de incessantes investigações e perseguições, verificámos que o interesse de tais escapadelas estaria nos limites da propriedade, nas imediações do Rio. Em cenário de anões, princesas e principes encantados, começou a especular-se que o Osvaldo teria descoberto uma moira encantada. Em vez disso, constatámos que tinha ficado preso aos encantos de uma burra, simpática e fotogénica, que constitui um dos mais valiosos "recursos humanos" do Parque - foi contratada para tratar da limpeza da mata. Um contrato que bem poderá servir de inspiração para futura legislação laboral.
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Ao final da tarde, a Ana sofreu um acidente que a privou de sair do Parque pelos seus próprios meios. Foi chamada uma ambulância do INEM que lhe prestou os primeiros cuidados no local e depois a transportou para o hospital de Santa Maria, de onde teve alta nessa mesma noite.

Este nosso encontro terminou de uma forma extremamente dolorosa para ela e com profunda preocupação por parte do seu companheiro e de todos nós. No momento em que escrevo estas linhas, sei que ainda tem muitas dores e que tem pela frente uma lenta recuperação. Todos nós oramos para que se restabeleça completamente.

Com especial carinho por esta nossa querida companheira, termino esta acta, solicitando, à semelhança de todas as outras, que seja subscrita por todos os que testemunharam estes factos extraordinários, descritos com todo o rigor jornalístico por este vosso confrade.



ATÉ PARA O ANO, SE DEUS QUIZER!



Nota: Aguardo com grande expectativa que se juntem aos autos as fotografias que comprovam os factos descritos!
         Beijinhos e abraços,
         ZÉ